O jogo do amor

Me encontro juntando os pedaços do meu coração.É fácil vê-las em fotos , pelo chão , na minha cama .Por ai como se fossem peças de um quebra cabeça , sem fim .Me vejo sobre um mar de mágoas,rancores e..ódio não,mas sim muito amor não bem interpretado.Sinto tudo por um fio,sempre a beira de um colapso geral.Um turbilhão de sentimentos,emoções sem nome,sem explicação. Prometi a mim mesma que nunca mais olharei nos olhos de quem tornou tudo isso possível , muito menos falar ou pensar.Usar minha memória seletiva para algo útil .Mas se alguma música que escutávamos ou embalou algum de nossos momentos  por acaso toca quando estou  em casa, no mercado, na rua, no carro , ou a caminho da faculdade a única sensação que me ocorre é boa.Suspiros vêm a tona, involuntáriamente.Engraçado que a primeira coisa que acontece e me torna uma eterna adolescente são as recordações. De preferência as dos momentos de diversão,carinhos,abraços intermináveis e afins .E até a forma de como ele elogiava minhas unhas francesinhas , sua preferida.E por um segundo esqueço que teve um 'happy end' as avessas.Tais lembranças me atormentam tanto  que chego a me questionar como teve fim. Mas como se é de esperar nem tudo são flores,beijos e gargalhadas. Detesto com todas as minhas forças essa sessão nostalgia sem fim . A memória passa a ser cruel , jorrando aos litros e litros todos as más situações ,brigas que por final sempre eram por motivos bobos mas que sempre tinham o poder de derrubar uma lágrima. A última , a pior de todas e a razão ...o conformismo mandou lembranças. Ainda não descobri se dou brecha demais , se não sou do seu mundo ou até mesmo se consigo captar as mensagem que me foram mandadas entrelinhas.E quer saber , hoje não faço mesmo questão de querer entender. Acredito que minha ansiedade fora de hora e desnecessária tem uma parcela de culpa,mas me perdoe não há forma de se desfazer dela.Já faz parte de mim,da minha personalidade, da minha existência. Por culpa dela , falei na hora errada, as palavras erradas e para a pessoa errada. Mostrei de cara toda a minha vulnerabilidade, meu lado carente, louca, infantil que estava escondido e nem eu mesma sabia que ainda possuia .Confiei cedo demais, entreguei meu coração a quem não merecia. Que em vez de ser guardado junto a seu próprio coração, quente e receptível foi jogado de qualquer maneira em uma espécie de geladeira junto a alguns fragmentos deixados para trás . E se transformou em uma pedra,que ao mínimo toque se estilhaça em pequenos pedaços espalhados,densos,frios ,solitários à espera de alguma boa alma para juntar as peças e brincar com ele novamente , como se fossem peças de um jogo de tabuleiro. No qual nunca me ensinaram a jogar, mas sabe a sensação de quando te deixam ganhar e pelo menos uma peça ou até uma partida ? É a hora mais perigosa, te iludem na cara dura. E eu ingenuamente ou até mesmo conscientemente acreditei realmente que ganhei , mesmo cogitando a possibilidade de ter trapaceado. Esqueço isso porque claro , adoro me sentir espertinha. Afinal de contas como eu poderia dispensar um homem com olhos pequenos, puxadinhos - um charme, com um largo sorriso, a barba feita  dependendo da seriedade do dia, palavras certas nos momentos prorpícios e bom humor na medida certa. Mas ele no fundo sempre soube o poder que tinha ,enganar é a melhor parte. Não esperava a virada do jogo , logo quando já me sentia expert no assunto. E eu achando que estava com ele nas mãos, já que da cabeça não saia mais. Xeque mate ! Sinto dizer, mas o amor é sim um jogo .