sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Encontros não marcados


Sempre no mesmo lugar na esperança de te ver novamente.A vida continuou.Quando desisti,pensei que nunca mais deixei outros se aproximarem.Não tinha pespectivas com nenhum deles.Só para não enferrujar,pra não perder totalmente a graça.E no momento em que me sentia mais a vontade com outro quase o esquecendo você aparece,de longe.Eu te vejo,congelo,te idolatro.Penso que você continuou a sua vida.Continuou o mesmo.Com o mesmo corte de cabelo,bermuda e de chinelos.Já eu como de costume,quando que minha vida mude,mudo também na aparencia.Corte novo nos cabelos,nova cor,novo estilo de roupa.Mas a essencia sempre a mesma.
Acho que por isso demorou a me reconhecer.Chegou um pouco mais perto,ainda destraido sem perceber minha presença cálida.Sinto que perco os sentidos,o controle da minha voluntariedade.Como se fosse todo torpor.O outro ainda está ao meu lado,mas sinto como só estivesse eu e você lá.E quando volto a realidade sou beijada ,mas não por você,pelo outro.E justamente nesse momento você vê.Me sinti suja,não tive forças.
Se tornou rotina,todos os dias eu estava lá.Quase sempre te via,cada dia num estilo diferente.E sim, mudou.
Aos poucos  se aproximou de mim novamente.Um dia passava lá longe e acenava.Outros um pouco mais perto o comprimento já era um simples 'oi'.Sentia que a tendencia era evoluir essa aproximação.
Por necessidade precisei voltar a minha vida.Larguei tudo e precisava botar as coisas em ordem.
Quando retornei ao lugar de sempre,e eu quase desistindo e voltando pra casa ele surge,senta do meu lado e o diálogo mesmo frio esquentou meu coração.Disse ele que sentiu  falta de me ver de longe.Perguntou se estava tudo bem e eu fiz o papel da autoconfiante ,firme e forte.Me despedi.E sonhei com outros encontros.
E ele nos outros que se sucederam posou com uma postura de homem que sabia o que queria,atrás dos objetivos,e botando em prática sobre o que conversávamos.Ser bem sucedido no trabalho,já que no amor estava ganho.Quando me viu caminhando despreocupada com a vida fez questão de contar sobre a nova fase de sua vida e o quanto a minha participação era importante para si.
Não sei por que,mas me senti mais independente e retomei minha vida normal.Não parei de pensar nele,apenas senti a liberdade de acompanhar tudo de longe.Como se deixasse encontrar o caminho sozinho.
Deixava transparecer uma felicidade e leveza antes nunca vista.
Longos tempos depois sentei me no mesmo local,agora com um livro em punho e os fones nos ouvidos.Lia,entrava na história,em outra dimensão.
Tão destraída,não percebi ele se aproximar.Ele tirou um dos fones do meu ouvido e foi recepcionado com uma leve batida com o livro.Ele riu,e eu aliviada por ser ele também.Mostrou preocupação pela minha ausência e questionou como eu estava e se a vida estava bem.E dessa vez sem mentir disse que estava ótima.Coloquei o fone novamente e voltei os olhos para as linhas do livro.Confesso que nada conseguia ler.Ele ainda me olhava ,e eu percebia isso.Depois de um tempo me concentrei que nem reparei que ele havia me deixado só.
Algumas páginas e vejo a minha frente ele,com uma rosa vermelha,linda,desabrochada com um trecho de um texto que deixei escrito uma vez em um velho caderno dele no começo de tudo.Meu coração acelerou,mãos tremeram,perdi a fala .E ele disse 'Leia !'
Antes mesmo de eu começar de ler,levantou meu rosto pegou o fio de cabelo que estava destoando dos outros e o colocou atrás da minha orelha,me beijou no rosto disse baixinho 'Ainda vou te reconquistar' .

 "Gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você sem pausas. Aos caminhos, entrego o nosso encontro e se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia. Da maior importância, meu bem. That's it! Esteja bem. Queira estar bem. Como se fosse verdade, um beijo" Caio Fernando Abreu

domingo, 12 de dezembro de 2010

Virgo

'Ah, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser.Aceito a condição' L.H

E essa minha mania incontrolável de ser racional demais,crítica demais e organizada de menos.Quase com todas as características de uma típica virginiana.Viajo nos meus pensamentos.São livres e soltos,desconexos e difíceis de se exteriorizarem.Sonho alto e de praxe tiro os pés do chão.Com a cabeça nas núvens e a razão no coração de alguém.Mas logo ponho me no meu lugar e começo incontrolávelmente a separar os pós dos contras.Ou seja,nunca consigo sair do lugar e sempre caio na indecisão.Aliás,tenho certeza de quem me vê enxerga uma enorme interrogação vermelha e em negrito.Consigo por muito tempo contolar emoções e explodir por dentro para extravasar.Enlouqueço e retorno a realizade por segundos.
Gosto de ser só,gosto de ser acompanhada.Prefiro de todas as formas ter a minha liberdade ,mesmo que vigiada.Quero ter a sensação de  poder de reger minha vida.
Tenho a obrigação mesmo que ninguém e nem eu mesma tenha imposto,  analisar minuciosamente cada detalhe e observar todos os movimentos dos que me cercam tentando advinhar a história,o objetivos e desejos.Capto todas as informações e nada de conseguir organizá-las.Essa é a única característica de virginiana que eu gostaria de ter e justamente a única que não possuo.É difícil tomar decisões.Sei ter meu lado impulsivo quando o racional está em off.Sou fria e distante e não sei expor sentimentos.Quanto mais gosto mais me distancio.Não me ensiraram a ser passional,e não sou autodidata nesse assunto.Minha mente é inquieta,veloz,subliminar.
Sim,sou estranha e do avesso.
Mas está pra existir alguma virginiana normal.
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